quarta-feira, 9 de maio de 2012

Soropositivas também podem ter filhos saudáveis



O desejo de ser mãe é um sonho para muitas mulheres. Esse sonho vale também para mulheres soropositivas, já que toda pessoa, independentemente de viver ou não com aids, tem direito de decidir se quer ter filhos ou não, quantos e em que momento da vida. O acesso universal ao tratamento do HIV possibilitou um novo cenário para mulheres com o vírus da aids que desejam se tornar mães. A queda nas taxas de transmissão vertical (de mãe para filho) do HIV é uma realidade que anima as soropositivas.
As tecnologias atualmente disponíveis e recomendadas no Brasil são capazes de reduzir o risco de transmissão vertical para menos de 1%. Entre 2008 e 2009, cerca de 6 mil mulheres que sabidamente viviam com HIV engravidaram. Havendo desejo de paternidade ou maternidade, é necessário estabelecer um planejamento conjunto. Para aqueles casais que desejam ter filhos pelos métodos naturais, é importante não ter infecções genitais (como, por exemplo, DST), apresentar estabilidade imunológica, boa adesão ao tratamento e carga viral indetectável. No Brasil, aproximadamente 80% das pessoas com aids se encontram na faixa etária reprodutiva.
Esther Vilela, coordenadora do departamento de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, explica que as mulheres que se encontram nessa situação podem contar com o Sistema Único de Saúde (SUS). “Hoje, a aids não é uma doença que mata como antes. Há condições de monitorar essa gravidez, apesar de ser de alto risco. A medicina lida com isso e tenta levar o máximo de segurança possível a essa mulher. Se forem tomadas as medidas necessárias, a transmissão vertical é reduzida bastante”, afirma.
De acordo com a coordenadora, o SUS hoje conta com cerca de 200 maternidades habilitadas de alto risco. As mulheres com HIV e outros problemas de saúde mais complexos são acompanhadas nessas unidades. “No plano de ação da Rede Cegonha estamos fazendo um desenho da rede, para que os médicos encaminhem as mães para as unidades mais próximas. O corpo de profissionais nessas unidades é maior e tem mais especialistas”, aponta Esther Vilela.
Etapas – A primeira coisa a fazer para decidir sobre a gravidez nesses casos é conversar com o médico doServiço de Assistência Especializada em HIV/Aids (SAE) que realiza o acompanhamento da mulher. Ele vai avaliar a condição imunológica dela para planejar o melhor momento clínico para que a gravidez ocorra com menos risco de transmissão para o bebê.

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