Comemora-se hoje o Dia Nacional do Teste do Pezinho. Com capacidade para identificar quatro doenças – hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, fibrose cística e doença falciforme –, ele é feito a partir de gotas de sangue colhidas do calcanhar do recém-nascido. Por ser uma parte do corpo rica em vasos sanguíneos, o material pode ser colhido por meio de um único furinho, feito de forma rápida e quase indolor para o bebê.
O Ministério da Saúde investe anualmente, em média, R$ 52 milhões, mas a meta é que esse valor chegue a R$ 120 milhões. Todos os estados contam com Serviços de Referência em Triagem Neonatal e postos de coleta (de sangue) para realização do teste – são 30 serviços de referência e 17.854 postos. O secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães, destaca que o Teste do Pezinho, obrigatório no país, é a primeira etapa da triagem neonatal. “O teste é uma ação preventiva que permite fazer o diagnóstico de algumas doenças a tempo de interferir na evolução delas, por meio do tratamento precoce específico, permitindo a diminuição ou a eliminação das sequelas associadas a cada uma”, destaca o secretário.
No ano passado, 2.861.868 crianças realizaram o Teste do Pezinho. Desse total, 62,11% das crianças tiveram acesso aos serviços de saúde para coleta sanguínea no período ideal (até sete dias de nascido). Em 2004, apenas 44,85% das crianças tiveram a coleta realizada no período adequado.
O coordenador-geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Guilherme Genovez, detalha o que o Teste do Pezinho pode prevenir: “O Teste do Pezinho é o que há de mais importante dentro da medicina preventiva, porque permite diagnosticar doenças que se não tratadas precocemente, podem desenvolver sérios problemas às crianças. Por exemplo, se o hipotireoidismo congênito e a fenilcetonúria não forem diagnosticadas logo e tratadas, as crianças podem desenvolver deficiência mental”.
Triagem Neonatal – Além do Dia Nacional do Teste do Pezinho, nesta quarta-feira também se comemora os 11 anos do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN). O PNTR, no qual se realiza o Teste do Pezinho, alcançou 83% das crianças que nasceram no ano passado. Em 2000, o índice de cobertura nacional era de 56%. O PNTN abrange, além da realização dos exames e detecção precoce de doenças, o acompanhamento e o tratamento dos pacientes. Em dez anos foram realizados mais de 28 milhões de exames no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
O intuito do programa é expandir e qualificar os serviços nos estados e incluir, gradativamente, exames e tratamento para duas novas doenças – Hiperplasia Adrenal Congênita e Deficiência de Biotinidase, com início de triagem em 2013.
Segundo Guilherme Genovez, é preciso estruturar os serviços para que todos os estados tenham condições de realizar o diagnóstico das seis doenças até 2014. Ele afirma que incluir o diagnóstico da Hiperplasia Adrenal Congênita, por exemplo, é de extrema importância porque, se não diagnosticada nas duas primeiras semanas de vida, pode levar à morte da criança. “Isso não pode mais acontecer. Estamos trabalhando na extensão do Programa de Triagem Neonatal, mas isso também depende dos gestores locais. É importante que a sociedade cobre dos secretários estaduais e municipais de saúde a implementação dessas políticas no estado, porque o Governo Federal está fazendo a parte dele”, alerta.
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