sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Combinação de medicamentos contra a aids facilita a adesão dos pacientes ao coquetel


O governo federal assinou, nesta quarta-feira (31/10), acordo com os laboratórios Farmanguinhos, Fundação Ezequiel Dias (MG/MG) e Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (Lafepe), para a formulação da dose fixa combinada (em uma só pílula) dos antirretrovirais tenofovir, lamivudina e efavirenz. Ao diminuir o número de comprimidos a serem ingeridos, o medicamento 3 em 1 vai facilitar a adesão do paciente ao tratamento da aids.
A iniciativa brasileira segue a tendência mundial de simplificar os esquemas de tratamento com antirretrovirais, fortalecendo a adesão e a eficácia do tratamento por longo tempo. “A dose fixa combinada permite o uso de apenas um comprimido e está alinhada com a iniciativa Tratamento 2.0, ação programática recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para fortalecer o controle da infecção pelo HIV”, explicou o coordenador da área de Cuidado e Qualidade de Vida doDepartamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Ronaldo Hallal.
De acordo com ele, a recomendação da OMS propõe um tratamento contra a aids mais simples, com poucos efeitos colaterais e, consequentemente, de mais fácil adesão, além de mais barato. “Nossa expectativa é que esse comprimido único esteja disponível já em 2013 no SUS (Sistema Único de Saúde)”, afirmou.
Vários fatores foram decisivos na escolha dos três medicamentos, segundo Hallal. Primeiro por serem todos produzidos no Brasil e poderem ser coformulados em uma dose só. Segundo porque há tendência de utilizar esquemas de tratamento baseados no efavirenz como terapia inicial e, finalmente, pelo fato de que o tenofovir tem sido cada vez mais utilizado como opção segura de primeira linha.
O acordo para a fabricação da dose fixa combinada foi assinado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante a 3ª Reunião do Comitê Executivo e Conselho de Competitividade do Complexo Industrial da Saúde (Gecis), em Brasília (DF). Na ocasião, foram firmados acordos para a formalização de 20 novas Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDPs) para a produção nacional de medicamentos e vacinas.

Novos medicamentos antirretrovirais que serão produzidos:
Lopinavir 200 mg + Ritonavir 50 mg
Lopinaivr 100 mg + Ritonavir 25 mg
AidsFarmanguinhos, Furp e Iquego (Indústria Química do Estado de Goiás)Combinação de um inibidor da protease potencializado pelo ritonavir.
Tenofovir 300 mg + Lamivudina 300 mg e Efavirenz 600 mg (3 em 1)AidsFarmanguinhos, Funed (Fundação Ezequiel Dias/MG) e LafepeAntirretrovirais. O tratamento em dose fixa combinada (3 em 1) permite tratar o HIV com apenas um comprimido ao dia, facilita a adesão e a durabilidade do tratamento.
Tenofovir 300 mg + Lamivudina 300 mg (2 em 1)AidsFarmanguinhos, Funed e LafepeAntirretrovirais. O tratamento em dose fixa combinada (2 em 1) poderá ser utilizado como parte de um esquema de tratamento, reduzindo o número de comprimidos.

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